A psicossomática é uma ciência multidisciplinar com origem em diversas especialidades da medicina e da psicologia, que de forma global e integrada tenta estudar os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas, valorizando, mais do que nenhuma outra área do saber cientifico a importância do modelo Biopsicossocial,

Segundo este modelo, a influência dos fenómenos psíquicos no aparecimento e desenvolvimento das doenças é um problema que tem de encarar-se no mesmo plano que a influência dos processos químicos, físicos ou bacterianos. E tal acontece porque no corpo tudo estará ligado a tudo, podendo-se encontrar na base de uma perturbação funcional outras perturbações/alterações psicológicas precedentes ou atuais.

Deste modo o grande objetivo da realização de uma apurada avaliação psicossomática dos pacientes consiste em encontrar as causas mais remotas de certas doenças e de valorizar a esfera psicológica em situações que a Medicina objetiva radica apenas no mais diretamente visível e interpretável.

Estamos assim perante uma avaliação clínica que se baseia numa apurada visão holística da saúde, na qual não se valoriza apenas a doença em si mesma, mas também o estado mental do sujeito, a sua história e a sua personalidade.

Efetivamente, existem cada vez mais doenças orgânicas que são provocadas por uma desordem da afetividade, servindo-se das vias do sistema nervoso, para se “somatizar”. E tal acontece, porque as emoções podem traduzir-se, exteriorizando-se no comportamento (através de lágrimas, gritos, etc.), ou repercutirem-se nos órgãos internos por meio de espasmos ou de emissões glandulares, sem deixar de ter uma causa psicológica que se reflete através da componente somática.

Tal fenómeno, perfeitamente comprovável sob o ponto de vista cientifico, faz com que a inexistência de uma Avaliação Psicossomática rigorosa, origine uma série de tratamentos médicos totalmente desadequados que não resolvem o problema base, apesar de se prolongarem no tempo.

Como tal, a realização de uma cuidada avaliação psicossomática, facilita bastante a descoberta da verdadeira origem do problema, tendo uma influencia extraordinária na escolha dos tratamentos que tem que ser realizados e na gestão dos efeitos secundários dos mesmos, evitando-se as más práticas clínicas que apenas aliviam sintomas, sem atender à origem do problema, fazendo-o perpetuar-se ao longo do tempo.

Tal realidade é bastante frequente nos seguintes quadros clínicos:

1) Úlcera digestiva; 2) Asma; 3) Hipertensão arterial; 4) Frigidez; 5) Obesidade; 6) Dermatose, 7) etc…