Dislexia

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A Dislexia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de leitura, apesar da inteligência da pessoa ser normal. O distúrbio afeta as pessoas em diferentes graus.

Os principais sintomas são dificuldades em pronunciar corretamente as palavras, em ler rapidamente, em escrever palavras à mão, em subvocalizar palavras, em pronunciar corretamente palavras ao ler em voz alta e em compreender aquilo que se está a ler. Em muitos casos estas dificuldades começam-se a notar na escola. Nos casos em que a pessoa anteriormente conseguia ler sem dificuldade, mas em determinado momento perde essa capacidade, o distúrbio denomina-se alexia. Estas dificuldades são involuntárias e as pessoas com este distúrbio demonstram um desejo de aprendizagem normal.

Acredita-se que a dislexia seja causada tanto por fatores genéticos como ambientais. Em alguns casos a doença é familiar. É frequente ocorrer em pessoas com distúrbio de défice de atenção e hiperatividade (DDAH) e está associada a dificuldades semelhantes com números. O distúrbio pode também ter início na vida adulta em consequência de um traumatismo cranioencefálico, de um acidente vascular cerebral ou de demência. Os mecanismos subjacentes da dislexia envolvem problemas com o processamento da linguagem pelo cérebro. O diagnóstico de dislexia é realizado com recurso a uma série de exames que avaliam a capacidade de memorização, dicção, visão e leitura. A dislexia é distinta das dificuldades de leitura causadas por incapacidade visual ou por ensino insuficiente.

O tratamento consiste em ajustar os métodos de ensino de forma a corresponder ás necessidades da pessoa. Embora isto não constitua uma cura para o problema subjacente, pode diminuir o grau dos sintomas. Os tratamentos focados na visão não são eficazes. A dislexia é o mais comum distúrbio de aprendizagem e ocorre em todas as regiões do mundo. Afeta entre 3% e 7% da população mundial, embora até 20% das pessoas possam apresentar algum grau dos sintomas. Embora a dislexia seja diagnosticada com maior frequência em homens, tem sido sugerido que afeta homens e mulheres de igual forma. Tem também sido proposto que a dislexia seja melhor descrita como uma diferente forma de aprendizagem, apresentando tanto vantagens como desvantagens.

Dr. Renato Martins - Terapia de casal - Sexologia - Hipnose Clínica
Dr. Renato Martins - Terapia de casal - Sexologia - Hipnose Clínica

O novo dicionário internacional de saúde mental (DSM V) retirou o termo dislexia para que outros termos mais precisos como disgrafia, dislalia e disfasia recebam preferência. A dislexia pode coexistir ou mesmo confundir-se com características de vários outros fatores de dificuldade de aprendizagem, tais como o deficit de atenção/hiperatividade,dispraxia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do deficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento.

A dislexia pode ser classificada de várias formas, dependendo da abordagem profissional e dos testes usados no seu diagnóstico (testes fonoaudiológicos, pedagógicos, psicológicos, neurológicos…). Geralmente o diagnóstico é feito por equipe multiprofissional.

Uma das possíveis classificações é em:

– Dislexia disfonética: Dificuldades de perceção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas perceções da sucessão e da duração (troca de fonemas e grafemas por outros similares, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura, substituição de palavras por sinônimos);

– Dislexia diseidética: dificuldade na perceção visual, na perceção gestáltica (perceção do todo como maior que a soma das partes), na análise e síntese de fonemas (ler sílaba por sílaba sem conseguir a síntese das palavras, misturando e fragmentando as palavras, fazendo troca por fonemas similares, com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita);

– Dislexia visual: deficiência na perceção visual e na coordenação visomotora (dificuldade no processamento cognitivo das imagens);

– Dislexia auditiva: deficiência na perceção auditiva, na memória auditiva e fonética (dificuldade no processamento cognitivo do som das sílabas);

– Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia.

Nota: Nessa classificação discalculia (dificuldade com aritmética) é uma classificação distinta, e não um sub-tipo de dislexia.

Dislexia foi dividida em 6 diagnósticos de Desordem de aprendizado distintos e mais específicos:

– Desordem na leitura de palavras;
– Desordem na fluência de leitura;
– Desordem na compreensão da leitura;
– Desordem na expressão escrita;
– Desordem no cálculo matemático;
– Desordem na resolução de problema de matemática.

Sendo importante referirmos que a lesão em qualquer área do cérebro responsável pela compreensão da linguagem pode causar dislexia:

– Giro angular
– Giro supramarginal
– Área de Broca
– Área de Wernicke
– Córtex auditivo primário

– Primária ou genética: Disfunção do lado esquerdo do cérebro, persiste até a idade adulta, hereditário e atinge leitura, escrita e pronuncia, mais comum em meninos;

– Secundária ou de desenvolvimento: Pode ser causada por hormônios, má nutrição, negligência e abusos infantis, diminui com a idade;

– Tardia ou por trauma: Causada por lesões a áreas do cérebro responsáveis por compreensão de linguagem, raro em crianças. Nesta classificação enquadra-se a dislexia adquirida que, a partir do ano 2012 foi incluída oficialmente nos Descritores da Saúde, citada em Português, Espanhol e Inglês, recebendo neste idioma a denominação de Acquired Dyslexia.

A dislexia, segundo Jean Dubois, é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.

O linguista se interessa pela discriminação fonética, pelo reconhecimento dos signos gráficos e pelo processo de transformação dos signos escritos em signos verbais, logo, para a Linguística, a dislexia não se trata de uma doença, mas apenas de um defeito no ensino-aprendizagem da leitura, sendo assim classificada como uma síndrome de origem linguística.

A dislexia, como dificuldade de aprendizagem, verificada na educação escolar, é um distúrbio de leitura e de escrita que ocorre na educação infantil e no ensino fundamental. Em geral, a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever mesmo quando possuem quociente de inteligência (QI) acima da média.

Na maioria dos casos, o problema não é trocar letras, e sim em identificar adequadamente os sinais gráficos, letras ou outros códigos que caracterizam um texto.

A dislexia é mais frequentemente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, “ovóv” para vovó.

Desse modo, são considerados sintomas da dislexia relativos à leitura e escrita os seguintes erros:

– Erros por confusões na proximidade especial
– Confusão de letras assimétricas;
– Confusão por rotação;
– Inversão de sílabas;
– Confusões por proximidade articulatória e sequelas de distúrbios de fala
– Confusões por proximidade articulatória;
– Omissões de grafemas; e – Omissões de sílabas.
– Acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever
– Confusão entre letras, sílabas ou palavras com poucas diferenças na forma de escrever: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u; etc;
– Confusão entre letras, sílabas ou palavras com formato similar, mas diferente direção: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;
– Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f; – Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla.

Outras perturbações da aprendizagem que frequentemente acompanham os disléxicos, dentre elas:

– Alterações na memória;
– Alterações na memória de séries e sequências;
– Orientação direita-esquerda;
– Linguagem escrita;
– Dificuldades em matemática;
– Confusão com relação às tarefas escolares;
– Pobreza de vocabulário;
– Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
– Devem ser excluídas do diagnóstico do transtorno da leitura as crianças com deficiência mental, com escolarização escassa ou inadequada e com deficits auditivos ou visuais.

Estudos científicos muito recentes constataram algumas características frequentes em crianças com dislexia:

– Atraso no desenvolvimento motor (como engatinhar, sentar e andar);
– Atraso ou deficiência na aquisição da fala; – Dificuldade para entender o que está ouvindo;
– Distúrbios do sono; – Enurese noturna (urinar na cama);
– Suscetibilidade às alergias e as infeções;

Apesar de não haver um consenso dos cientistas sobre as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam fortes evidências neurológicas para a dislexia, parte por causas genéticas, parte por fatores congênitos (durante o desenvolvimento no útero). Uma das possíveis causas, é a exposição do feto a doses excessivas de testosterona durante a gestação, o que explicaria a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino, pois fetos do sexo feminino tendem a ser abortados com o excesso de testosterona.

Finalmente é importante referirmos que por norma as pessoas que possuem dislexia têm uma área do cérebro mais desenvolvida que pessoas que não possuem esta síndrome.

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